Candidatura de Boulos representa derrota para o projeto político de Bolsonaro
Professor da USP Vladimir Safatle afirma que chapa do Psol é “o começo do fim do fascismo ordinário que governa o país”. Apoiadores também destacam que candidatura está ao lado do povo
Tatto, Boulos e Orlando Silva: apoios para combater a desigualdade na cidade de São Paulo
São Paulo – O bom desempenho da candidatura de Guilherme Boulos e Luiza Erundina (Psol) nas eleições para a prefeitura de São Paulo representa um duro golpe no projeto político do presidente Jair Bolsonaro. “Escolhendo Boulos e Erundina, abriremos o começo do fim do fascismo ordinário que hoje governa o país, mudando a correlação de forças na nossa maior cidade. Essa será a primeira e mais contundente derrota desse projeto que jogou o Brasil em seu momento mais escuro”, afirma o filósofo e professor da USP Vladimir Safatle.
Safatle compartilhou neste sábado (28) sua análise sobre a chapa do Psol, que considera um projeto “baseado na ideia de não sermos mais governados da maneira como fomos até agora”.
“Só a inteligência prática das populações é capaz de resolver os problemas que destroem a potência do corpo social. Tomemos o poder. É hora de dar outro sentido à palavra ‘governo’. Que em São Paulo comece o fim dos nossos pesadelos”, escreveu o filósofo e professor, sobre a candidatura de Boulos frente ao projeto político de Bolsonaro.
Frente de esquerda
Candidatos no primeiro turno das eleições em São Paulo, Marina Helou (Rede), Jilmar Tatto (PT) e Orlando Silva (PCdoB) também reafirmaram seu voto neste domingo (29) a Boulos. Os três fazem parte da coalizão formada no segundo turno por uma frente ampla de esquerda para derrotar o candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB).
Ao votar, na zona sul, Tatto destacou sua “convicção de que votei em quem está ao lado do povo”. Em suas redes sociais, Orlando Silva destacou seu apoio a Boulos, lembrando que “trabalhei para conquistar votos nos segundo turno, no limite de minhas forças. Tenho esperança que venceremos hoje!”, afirmou.
De acordo com pesquisa Ibope deste sábado (28), o candidato do Psol teria 45% das intenções de voto, contra 55% de Covas. O deputado federal do PCdoB, disse, contudo, acreditar numa virada de votos e pediu apoio da população. “Ainda dá”, frisou. A deputada estadual Marina Helou também lembrou que as eleições são uma celebração da democracia. “A democracia é uma grande conquista e o voto um direito”, comentou em seu Instagram.
Mais apoio
Pela manhã, o ex-senador, reeleito vereador como o mais votado de São Paulo, Eduardo Suplicy (PT) também reafirmou seu apoio à chapa Boulos e Erundina. Em nome de “uma São Paulo mais humana”. “Que par bonito e que vai realizar coisas tão belas do ponto de vista da participação popular, da busca por justiça e maior igualdade, pelo direito de todos”, observou em suas redes sociais.
Suplicy votou acompanhado do professor emérito do Direito da Universidade de São Paulo (USP), Dalmo de Abreu Dallari. Aos 88 anos, um dos maiores juristas brasileiros, também mostrou seu apoio à candidatura do Psol.
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