De saída, Dória dobra verba de publicidade
O pré-candidato ao governo do Estado reservou em menos de três meses deste ano verba de R$ 66,4 milhões para publicidade da Prefeitura
O montante também ultrapassa o que foi reservado no primeiro semestre de 2017 e já se iguala ao valor daquele ano inteiro. Doria deixa o cargo no dia 7 de abril para se dedicar à disputa eleitoral. Seu vice, Bruno Covas, assume a Prefeitura.
O empenho de valores no orçamento é o primeiro estágio de uma despesa pública, quando se declara a intenção do gasto. A efetuação do pagamento ocorre apenas depois da fase de liquidação, quando o bem ou serviço contratado já foi devidamente entregue ou prestado. Neste caso, o aumento do primeiro trimestre do ano passado para os três meses deste ano é ainda maior: passou de R$ 436,6 mil para R$ 25,4 milhões.
Defesa Em nota, a Secretaria de Comunicação da Prefeitura informou que os valores empenhados neste trimestre ainda serão executados ao longo do período contratual. “Sendo assim, os empenhos feitos no primeiro trimestre de 2018 se referem não apenas às despesas já realizadas, mas também àquelas que ocorrerão até 1.º de novembro de 2018”, diz o texto enviado à reportagem.
Ainda de acordo com o órgão, os empenhos não foram altos no início de 2017 porque o contrato de publicidade da Prefeitura, ao contrário do atual, só ia até o início de abril. Outro motivo, alegou a gestão Doria, é que o mandato do prefeito acabara de começar – e, portanto, “a atual administração municipal tinha pouco o que anunciar para os munícipes.” Entre os gastos mais recentes da Prefeitura com publicidade institucional estão as propagandas do programa Asfalto Novo e da Reforma da Previdência municipal, duas das principais bandeiras de Doria na reta final do mandato.
O custo da campanha que anuncia o recapeamento de mais de 400 quilômetros de vias na capital paulista foi de R$ 10 milhões apenas em inserções para a TV, confirma a Secretaria de Comunicação.
A campanha Juntos pela Previdência tinha uma verba de mídia estimada em R$ 2,3 milhões, mas, como teve de ser interrompida por determinação da Justiça, a Prefeitura alega que ainda não é possível determinar quanto custaria aos cofres públicos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.